Setor de distribuição de TI tem queda de 8% em 2015, aponta estudo anual da Abradisti
6ª Pesquisa da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação, realizada pelo IT Data, estima que faturamento em 2015 alcance R$ 11,5 bilhões, contra R$ 12,6 bi em 2014
6ª Pesquisa da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação, realizada pelo IT Data, estima que faturamento em 2015 alcance R$ 11,5 bilhões, contra R$ 12,6 bi em 2014
A estagnação econômica do país pesou para o mercado de distribuição de TI. Pelo segundo ano consecutivo o setor deve fechar em queda, desta vez com oito pontos percentuais, aponta a 6ª Pesquisa da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação, encomendada pela Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação (Abradisti) junto ao IT Data. Ao todo, o faturamento deve chegar a R$ 11,5 bilhões, contra R$ 12,6 bilhões em 2014.
O estudo mostra que 82% do faturamento do setor veio da distribuição de software e hardware relacionado à TI, mas, apesar do alto percentual de participação das duas categorias no faturamento total, ambas registraram queda nas vendas em relação ao ano de 2014.
“Foi mais um ano complicado e com resultados aquém do esperado. Devido às incertezas econômicas do Brasil, muitas empresas congelaram investimentos em tecnologia, refletindo diretamente em nosso setor”, afirma Mariano Gordinho, diretor executivo da Abradisti. “Os distribuidores que diversificaram seus negócios com prestação de serviços e comercialização de produtos não relacionados a TI alcançaram um desempenho superior à média do mercado”, completa.
Como a economia do país afetou o perfil das revendas?
A crise econômica e a alta nos preços de aluguel têm levado cada vez mais revendedores a abandonar as lojas físicas e migrar para a Internet ou até mesmo para o home office. Neste ano, 57,6% das empresas pesquisadas não têm loja física, um aumento de 5,6% em relação ao ano passado. Desse total, 36,5% têm apenas um escritório comercial e 21,1% trabalham em home-office.
Outra característica apontada pela pesquisa é a de que a maioria das empresas (51,4%) tem entre um e três colaboradores, enquanto o número de empresas com apenas um funcionário – que comercializa os produtos e presta consultoria de TI – já representa 28,7%, um aumento de 3,7% em relação ao ano anterior.
Quanto à fonte de faturamento, a prestação de serviço é responsável por 40,5% da receita das revendas brasileiras, tendência que já vem sendo observada nos últimos anos. Houve queda nas vendas e nas margens de lucros de outros produtos, especialmente de hardware, cuja participação caiu de 31,4% para 26,9%.
Varejo também sofre: vendas caem 20%
A crise afetou também o setor de varejo, que apresentou resultados abaixo do esperado em 2015. As maiores baixas foram registradas nas vendas de tablets (-56%), televisores (-37%) e notebooks (-17%). Até mesmo os smartphones, produtos mais desejados neste ano, tiveram um recuo de 17% nas vendas.
No geral, o IT Data estima uma queda de 20% nas vendas de produtos de informática no primeiro semestre de 2015. A expectativa é justificada pelo fato de que a classe C, público dominante do varejo, está enfrentando a alta dos preços e a diminuição da renda, além de pouca oferta de crédito.
O que esperar para 2016?
Em 2015, a previsão inicial foi de 5,6% de crescimento no orçamento em relação ao ano anterior, porém o cenário econômico do país e a redução na verba para investimento em TI alteraram o desfecho. A previsão atual do IT Data é que o ano termine com um crescimento de 2,8%, um percentual muito mais baixo do que a inflação prevista no ano (9,8%).
Para 2016, a estimativa é que o mercado de TI no Brasil cresça 2,8% no segmento corporativo e que haja um recuo de 6,8% nas vendas para pessoas físicas. Se a previsão se concretizar, haverá um crescimento de apenas 0,8% no mercado. Com a cotação do dólar na faixa dos R$3,90, somada ao baixo crescimento dos investimentos em TI estimado pela IT Data, a retração real pode chegar a 14,7%.
Neste contexto, é fundamental que distribuidores e revendedores preparem suas estratégias para 2016. Veja algumas oportunidades apontadas pelo estudo segundo as intenções de investimento do mercado corporativo:
- Soluções econômicas: 71% das empresas demandam por ferramentas que reduzam custos operacionais ou de energia;
- Firewalls, back up e segurança da informação: 67% afirmam que tiveram problemas com segurança da informação nos últimos 12 meses porque utilizam apenas antivírus;
- Cloud Computing: 20% devem migrar infraestrutura e sistemas para provedores na nuvem ou softwares como serviço (SaaS);
- Consultoria: 47% afirmam que não receberam contato de revendas nos últimos 12 meses. Quando isso acontece, o maior interesse é em vender produtos, ao invés de entender a necessidade da empresa;
- Atendimento: 58% se dizem insatisfeitos com a qualidade e valor cobrado pela prestação do serviço e consideram alto o preço cobrado.