Fica o Smart Home e chega o Smart Car
O crescimento do Mercado de carros conectados está acelerado. As últimas previsões apontam que apenas nos EUA esse segmento pode gerar US$37 bilhões em 2023 e, globalmente, há quem diga, que chegará aos US$219 bilhões de oportunidades de negócios em 2025.
Independente dos números, não tem como negar que os carros estão se tornando cada vez mais computadorizados, deixando de ser apenas um meio de transporte. Com o tempo que se passa dentro dos veículos, não surpreende o número cada vez maior de acordos entre fabricantes de veículos e provedores de IoT, todos focados em trazer mais conforto ao motorista e passageiros. O último exemplo é o acordo entre Google e Renault-Nissan-Mitsubishi.
Mesmo sendo mais uma ‘coisa conectada’, os carros estão se tornando uma extensão do recente mercado de smart home. É por isso que a interface com o usuário também será a chave do sucesso, ou não, desse novo segmento.
No smart home vimos uma série de aparelhos conectados, criando um ecossistema para tornar as pessoas mais seguras, satisfeitas e entretidas enquanto estão dentro de casa. O equipamento chave que pegou o imaginário das pessoas foi o centro de comando de voz, o smart speaker, que hoje atinge milhões de unidades vendidas anualmente.
Os distribuidores que se prontificaram fazer acordos com Google, Amazon e Apple já estão sendo beneficiados com mais e mais produtos se integrando a essas plataformas. Hoje, este cenário é mais evidente fora do Brasil, o que demonstra ser uma boa hora de se organizar para o que deve acontecer por aqui também.
No final de agosto, a Amazon anunciou a integração da Alexa aos sensors residenciais, o que trouxe uma série de funcionalidades ao equipamento. A partir de agora podemos perguntar a Alexa se alguma porta está aberta antes de ligar o alarme da casa. Podemos também programar as luzes para serem acesas caso haja algum movimento em determinado lugar da residência.
Esse é o future da automação residencial, além dos sensores tradicionais, que trará uma série de aplicações novas. Imagine toda essa tecnologia nos automóveis também!
Ligando os Pontos
Um carro conectado médio, hoje, deve ter mais de 150 milhões de linhas de código escritas, conexões sem fio, além de diversos computadores a bordo para os sistemas de ‘infotainment’, monitoramento e até mesmo para o controle do veículo.
Nós ainda estamos um pouco longe dos carros autônomos, mas os já carros estão sendo equipados para situações de segurança, navegação, manutenção, entretenimento e produtividade.
Kal Mos, vice-presidente global de alianças de veículos conectados, da Renault-Nissan-Mitsubishi, foi bem rápido para pontuar os benefícios da parceria com a Google: “no futuro, o Google Assistant, que usa a tecnologia de Inteligência Artificial da Google, pode se tornar o principal meio de interação entre o usuário e o automóvel, sem usar as mãos”, disse ele.
“Com Google Maps e Google Assistant juntos inseridos no sistema de infotainment Alliance, nossos clientes terão acesso a uma das mais avançadas tecnologias de IA e terão acesso de dentro do carro ao Google Play Store. Eles poderão desfrutar de um ecossistema aberto e seguro dos aplicativos Android já incluidos em nossos veículos.”
Cada vez mais nós vamos viver em um mundo digitalizado em que os carros conectados são uma extensão das residências conectadas e vice-versa, por isso, acreditamos que o smart home terá forte influência no mercado dos smart cars.
Enquanto isso, os hábitos dos consumidores estão mudando e as automatizações residenciais precisarão interagir com os veículos, caso os fabricantes queiram oferecer algo novo para os clientes. Foi por isso que, além do anúncio da Google, nós vimos:
- BMW e Mini anunciamacordo com a Amazon Alexa;
- Boschdesenvolve assistente dentro do veículo apelidado de “Casey”;
- Mercedes continua a desenvolver a tecnologia própria in-car assistant como parte do sistema MBUX.
Claro que tudo isso não acontecerá de uma hora para outra, menos ainda no Brasil. Um novo estudo revelou que mesmo o carro autônomo não é unanimidade, mas as mudanças estão acontecendo e com elas chegam as novas oportunidades para o canal de vendas.
Por Lucas M. Porto- CONTEXT World