* Por Marcelo Samogin

A Pesquisa Salarial da Abradisti, que entra em 2024 em sua sétima edição, se propõe a tirar uma fotografia das políticas de Remuneração, Cargos e Benefícios dos profissionais do setor – o que, após a publicação dos resultados, traz a possiblidade de o setor da Distribuição de TIC olhar não só para si mesmo, mas para o futuro.

Qualquer segmento tem obrigação de acompanhar práticas salariais de mercado para ampliar sua ótica e identificar, por exemplo, porque profissionais qualificados excepcionais decidem ir embora. Às vezes até para uma empresa de um setor completamente diferente.

A Pesquisa Salarial busca trazer, portanto, um apoio muito importante, se não vital, para quem faz a gestão de recursos humanos nas empresas associadas à Abradisti. Mas é preciso olhar para esses números tendo em mente não só a estratégia corporativa de uma companhia específica, mas as mudanças pelas quais passa o mundo do trabalho.

O equilíbrio entre vida profissional e pessoal é hoje um grande ponderador quando uma pessoa, principalmente uma que integre o grupo das mais qualificadas, escolhe onde vai trabalhar. Quanto maior a oportunidade de conseguir equilíbrio, maior a chance de alguém estar remunerado de forma completa.

E, veja, não estamos falando aqui apenas de dinheiro, mas de tempo. E assim as empresas que conseguem medir processos e acessar bons indicadores de resultado, inclusive individuais, estão em vantagem. Também vale para a definição de políticas de equidade e diversidade de gênero e raça, por exemplo, entre tantos outros inclusive previstos em lei.

Não por acaso incluímos na Pesquisa desse ano perguntas sobre os chamados “cargos do futuro”. Sua empresa tem alguém que cuida especificamente de ESG? E um encarregado de inteligência artificial? Pode ser que essa pessoa ainda não exista na sua companhia, mas talvez você precise estar preparado para quando ela for necessária.

Com indicadores é possível encarar questões nunca feitas. Afinal, e mais do que nunca, é preciso criatividade para engajar pessoas não só pelo dinheiro, mas por valores não-monetários que possam ser traduzidos em ganho de tempo. E tudo isso sem esbarrar em legislações que tudo travam.

O desafio, claro, é encaixar isso em uma estratégia de negócios de acordo com o público: um gestor que tem 50 funcionários para “cuidar” não terá os mesmos dilemas daquele que tem 1 mil. Mas uma coisa é igual entre todos: o engajamento necessário para que os dados da Pesquisa Salarial de 2024 sejam os melhores possíveis.

Quanto maior a amostra, ou seja, quanto mais participação das empresas, melhor a qualidade dos dados que elas próprias receberão. Ganha o setor todo.

* Marcelo Samogin é diretor da consultoria Remunerar, consultor da Abradisti e responsável pela Pesquisa Salarial

Este artigo também pode ser lido na íntegra na página 29 da edição 180 da Revista PartnerSales on-line, pelo link abaixo: