Por Mariano Gordinho*

Talvez não haja melhor forma de começar um ano do que com projeções de crescimento. É exatamente assim que o setor de distribuição de tecnologia da informação inicia 2024: expectativa positivas, particularmente para as revendas e distribuidores que agregam valor aos produtos, rumo a uma oferta mais rica de soluções.

Isso porque o tipo de revendedor que mais cresceu no Brasil ao longo de 2022 foram os VARs (revenda de valor agregado, na sigla em inglês), com 15% de aumento, segundo o Censo das Revendas realizado no ano passado. A expectativa da Abradisti – que confirmaremos com mais detalhes no próximo Censo, que vai a campo muito em breve – é que o crescimento do setor como um todo também chegue aos dois dígitos, superando os 9% do último levantamento.

Faço destaque para o VARs por um motivo: eles foram o tipo de revendedor que mais cresceu no Brasil, acima inclusive do e-commerce, pela capacidade que têm de entregar soluções. Afinal, clientes não querem mais comprar só máquinas, mas sim soluções que resolvam problemas reais de negócio. É assim em muitos dos segmentos da economia. 

Os distribuidores têm que estar sintonizados com essa tendência e fazer uma escolha: oferecer valor agregado e se comprometer com outro tipo de negócio; ou seguir movendo caixas. Caixas cada vez mais sofisticadas, claro, mas isso traz a responsabilidade adicional de escolher marcas que tragam resultados melhores (para revendas e, principalmente, clientes finais).

Cenário nacional

O mercado de tecnologia brasileiro, apesar do cenário global adverso, dá sinais de ter crescido também ao longo de 2023 – o que sem dúvida vai seguir impulsionando os canais ao longo de 2024. Grandes compradores investiram mais em tecnologia, sendo um deles os governos, em suas diversas esferas, em um esforço nunca visto de digitalização do Estado. 

Não importa o viés ideológico ou partido político, a conclusão é sempre a mesma: a tecnologia tem o potencial de organizar melhor o poder público e os serviços estatais. Um movimento que já vemos há muitos anos no setor privado, e que deve continuar em 2024. 

As previsões que a Abradisti fazia no começo de 2023 se confirmaram. Equipamentos e soluções de conectividade – inclusive aqueles com tecnologia 5G, que começa a amadurecer no mercado corporativo –, segurança da informação e computação em nuvem foram os grandes drivers de crescimento. E devem continuar sendo.

A inteligência artificial, que veio a reboque da popularidade que alcançou, ao longo do ano passado, o ChatGPT, da OpenAI, além de outros modelos de IA generativa, também deve estar no radar de distribuidores e revendas. Mas ainda há, claro, muito espaço para amadurecimento e crescimento desses negócios.

Os resultados do setor de TICs têm, ano após ano, sido superiores aos de outros setores. A tecnologia virou essencialidade. Essa indústria ocupou espaço que nenhuma outra conseguiu. 

Por isso não há como duvidar que o setor de distribuição vá vender mais ao longo de 2024. Não há mais como fechar os olhos para a tecnologia. Ela é inevitável.

* Mariano Gordinho é presidente-executivo da ABRADISTI – Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação

Este artigo também pode ser lido na íntegra na página 23 da edição 174 da Revista PartnerSales on-line, pelo link abaixo: