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Partner Sales Publicado em 17 de jun 2024

Distribuição em 2023: faturamento caiu, mas perspectivas são positivas

Revelados durante o mais recente Encontro Anual da Abradisti, estudos sobre distribuição e revendas apontam para cima em 2024

17/06/2024 10:59:57

* Por Mariano Gordinho

Movimentos de crise global muitas vezes tardam, mas não falham. O velho ditado se aplica ao setor de TIC porque, conforme constatou a última edição do Estudo Setorial da Abradisti, 2023 não foi um ano comparativamente bom para o mercado brasileiro de distribuição de tecnologia. Os dados coletados pela IT Data foram revelados durante o 14º Encontro Anual da Associação, realizado em 22 de maio, em São Paulo.

Pela primeira vez desde pelo menos o fim do governo da presidente Dilma Roussef, encerrado em 2016, nossa tradicional pesquisa detectou queda de faturamento do setor.

Os R$ 28,9 bilhões alcançados em 2022 caíram 10%, ficando em R$ 26 bilhões em 2023. É, sem dúvida, um movimento natural de estabilização depois de dois anos das vendas ferozmente atípicas da pandemia de COVID-19 – a própria IT Data esperava queda em 2022, que acabou se efetivando de fato nos resultados do ano passado.

O alívio vem da percepção de que nem tudo é tempestade. Se simplesmente ignoramos os resultados dos dois anos mais diretamente influenciados pela demanda atípica da pandemia (para ser exato, 2021 e 2022), houve no ano passado um crescimento frente aos R$ 24,7 bilhões registrados em 2020.

O mercado de hardware, ainda o principal para os distribuidores e que explodiu na pandemia, provavelmente alcançou um estado de saturação em 2023. A boa notícia, segundo a IT Data, é que aquilo que foi comprado em 2020 ou 2021 vai começar a ser trocado agora (em 2025 mais ainda), conforme os CIOs percebam que a qualidade desse hardware não é mais a mesma, ou precisem expandir capacidade para aplicações de IA, por exemplo.

Aliás, são diversos os indícios de que os resultados de 2023 não se repetirão esse ano, inclusive porque nem todos os elos do setor de tecnologia tiveram dificuldades no ano passado. O cenário detectado pelo Censo das Revendas de 2023 foi bem mais positivo, principalmente para as de valor agregado, ou VARs.

Esses canais – que aliás nunca foram tão numerosos no Brasil – cresceram substancialmente, alcançando faturamento 11,4% maior do que em 2022. É o segundo melhor resultado obtido entre as revendas brasileiras em 2023, atrás apenas das lojas virtuais, que alcançaram 14,3% de crescimento. A expectativa é que 2024 seja ainda melhor, com os VARs chegando a 14,8% de crescimento.

Na média, as revendas cresceram 6,8% em 2023, número que afasta com facilidade a ideia de um ano ruim – muito embora os representantes comerciais e as revendas de volume tenham contribuído bastante para puxar esse resultado para baixo. São números que comprovam um mantra talvez já antigo: vender valor compensa muito mais que vender volume.

Segundo a IT Data, essa verdade deve seguir em 2024, conforme as revendas de valor agregado miram cada vez mais as grandes corporações, com seus tickets mais elevados e possibilidades diversas de prestação de serviços. Locação de equipamentos, por exemplo, parece uma tendência cada vez mais comum (e lucrativa).

Os serviços, assim, surgem como “pulo do gato” para o setor de tecnologia. Não por acaso 2023 foi o ano de menor mortalidade de revendas detectado pela IT Data nos últimos anos. Se há algo que o Encontro da Abradisti reforçou esse ano é que a importância da tecnologia segue diretamente proporcional ao valor que oferece.

* Mariano Gordinho é presidente-executivo da ABRADISTI – Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação

Este artigo também pode ser lido na íntegra na página 27 da edição 178 da Revista PartnerSales on-line, pelo link abaixo:

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