Continuando nossa jornada pelos corredores do verdadeiro mundo da tecnologia que a CES representa, em Las Vegas, hoje vamos falar de produtos que fazem parte da realidade do nosso mercado e já são usados por muitos consumidores no Brasil. Entre os destaques, estão: as impressoras 3D, equipamentos de automação residencial e os fitness wearables e health, que quase se fundiam em uma área só.

Na parte das impressoras 3D, algumas coisas foram surpreendentes. Fabricantes, que não são comuns para nosso mercado, apresentaram equipamentos capazes de criar objetos bastante precisos e com materiais resistentes, como fibra de carbono misturada à liga plástica. Indo além da criação de brinquedos, que a líder desse mercado XYZ Printing apresentava, outros fabricantes com máquinas mais precisas mostraram peças de reposição para motocicletas, esqueletos para estudos universitários e até próteses dentárias! 

Para permitir uma visão ainda mais clara desse novo mercado e também sobre o desenvolvimento das vendas dos produtos relacionados a ele, a Context ofereceu um café da manhã para convidados, onde foi apresentada a sua pesquisa desse segmento, com um relatório completo dos números reais coletados sobre os envios globais de impressoras 3D.

No setor de automação residencial, vimos diversos fabricantes tradicionais oferecendo produtos que mesclavam segurança, economia e entretenimento. Havia uma mini estufa para produzir vegetais na parede de apartamentos, dezenas de sistemas de iluminação, monitoramento de vídeo com câmeras, acesso e alarme controlados remotamente por meio de smartphone, controle de gasto de energia, enfim, tudo o que pode ser conectado e pode ter um sistema de controle centralizado em um tablet, smartphone ou na nova febre do controle de voz. 

Alguns fabricantes como a Whirlpool, por exemplo, apresentaram equipamentos domésticos de fermentação, ou seja, a moda de fazer cerveja em casa está em todo lugar! E também achamos legal um cesto de lixo que transforma resíduo orgânico em adubo. Mas o fato é que os sistemas residenciais inteligentes estão, cada vez mais, sofisticados e integrados enquanto os comandos, cada vez mais simples.

Uma grande academia de ginástica convidando todos a praticar exercícios e monitorar os próprios movimentos: os produtos chamados wearables estão aí para, literalmente, checar cada passo. Não, não se trata de espionagem, mas apenas monitoramento constante de atividades físicas para o usuário evitar o sedentarismo ou controlar seus movimentos: um relógio de pulso lembra que você está sentado por muito tempo e precisa caminhar um pouco, por exemplo.

Alguns fabricantes ofereceram espaços onde poderia monitorar todo movimento de um jogador ao rebater uma bola de baseball, e em uma tela era possível analisar e apontar melhorias para ângulos de joelhos, cotovelos, velocidade, força etc., para atingir o objetivo desejado.

No geral, foi fácil perceber que o mercado brasileiro ainda não consome as últimas novidades de tecnologia, e isso se deve muito às barreiras econômicas com os altos impostos para produtos importados. Por outro lado, vimos diversos fabricantes, a maioria Asiáticos, que não se encontram por aqui e que podem contribuir com produtos de ponta a preços mais acessíveis.

Não podemos ignorar a atual fase negativa que o país está passando, mas em três dias de feira encontramos apenas um grupo de brasileiros circulando por ali (e num lugar onde se pode fechar grandes contratos de distribuição ou representação). Esperávamos ver mais empresários buscando novas oportunidades de negócios para se descolar da crise. Vale a pena checar a lista dos participantes no próximo ano e colocar o evento na agenda!

Por Lucas Porto, country manager da Context no Brasil