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Profissional que encontra propósito no trabalho eleva o valor de seus resultados

Relevância é a palavra do futuro. Mas como saber se a empresa está preparada para esse futuro? Em primeiro lugar, é preciso entender o que torna uma instituição relevante. Essas corporações nascem e permanecem como parte viva da sociedade, pois fazem a diferença em todas as relações que se constroem com clientes, fornecedores e, principalmente, com os colaboradores.

25/09/2015 17:11

Por Roberta Valença*

Relevância é a palavra do futuro. Mas como saber se a empresa está preparada para esse futuro? Em primeiro lugar, é preciso entender o que torna uma instituição relevante. Essas corporações nascem e permanecem como parte viva da sociedade, pois fazem a diferença em todas as relações que se constroem com clientes, fornecedores e, principalmente, com os colaboradores.

Na maioria dos casos e de forma problemática, as relações humanas dentro das organizações são tecnicistas, instrumentalistas e acabam por reduzir as pessoas. Elas são utilizadas apenas como um meio de se chegar ao objetivo, dentro de um sistema de incentivo e metas completamente fragmentados, sem nexo entre os elos e esquecendo o meio de campo, que é o mais importante.  Sem ele, no futebol, a bola não chega ao gol. E como é uma delicia fazer o gol, não é mesmo?

Toda pessoa tem seu talento e lugar nesse mundo. Só precisa de um empurrãozinho, que pode ser dado pelo líder direto, ou pelo amigo de trabalho, ou pela empresa, e até por ela mesma. Só não vale viver uma vida inteira sem experimentar a delícia que é encontrar propósito e sentido no trabalho.

O processo, sentido ou propósito é o que eleva o valor do resultado. Cada indivíduo precisa de autonomia e incentivos para se motivar e se engajar. O autoconhecimento é necessário, e o incentivo a essa busca pelo entendimento interior permite traçar um paralelo entre os anseios pessoais e os da organização.

As empresas já nascem com seu significado e seus propósitos. O que acontece, na maioria dos casos, é que não partilham esses valores com seus colaboradores e nem trabalham a fortificação de elos. Às vezes, aquela pessoa não está no emprego de seus sonhos, mas é crucial que ela pergunte a si mesma por que está ali, o que falta para mudar, e, especialmente, como pode fazer bem feito seu papel, mesmo em um emprego transitório.

Para ilustrar, basta pensar nos empregos “primários”, como atendentes de lanchonetes fast-food ou contact centers, são cargos em que as pessoas dificilmente pensam em fazer carreira. No entanto, podem refletir sobre o significado e o propósito deste trabalho – e como esta motivação deve partir delas mesmas, associando à realidade condizente ao que há de recursos e habilidades disponíveis em cada momento.

É nesta fase de ascensão que o profissional deve tentar tirar o máximo proveito do que pode carregar da experiência, ou seja, atender da melhor forma possível. Para isso, precisa de um líder para perguntar e aprender cada vez mais, projetando o que deseja e planejando para que se concretize.  Quando não há essa referência, o cenário fica repleto de pessoas fingindo que trabalham, clientes superinsatisfeitos e empresas que, dentro dessa situação, tentam tirar sua margem de lucro, apoiando-se na estrutura precária do setor.

Por outro lado, as empresas precisam cumprir com suas obrigações. É hora de se comprometerem com as necessidades da sociedade de se reinventar, transformar de forma constante o mercado e contribuir para uma sociedade melhor. É tempo de pensar além do convênio médico e vale-refeição. Questões como saúde de forma integral, educação, mobilidade, diversidade e segurança são igualmente relevantes para aumentar a qualidade de vida. Estas organizações cada vez mais precisam aprender a serem mais humanas, a colocar o ser humano no centro das atenções.

Nesse caminho, assumem a responsabilidade de desenvolver, reconhecer e engrandecer a sua gente. Isso pode resignificar os propósitos da empresa e do profissional, incentivando e respeitando cada um no alcance do resultado esperado, de forma congruente com seus ideais, características pessoais, estrutura psicológica e crenças. E, sobretudo, dá à corporação o poder de aprender e evoluir com o resultado.

No lado pessoal, a lição que fica é que vale a pena refletir sobre o fato de que todo hobby deixa de ser hobby quando se delimita prazo e valor. Fazer o que gosta é fundamental, mas nenhuma empresa preencherá totalmente o vazio que o funcionário sente. Isso é uma responsabilidade dele como ser humano, que pensa e procura seu espaço no mundo. Um coaching pode ajudar a ter noção de onde começar e ajudar na descoberta do potencial.

*Roberta Valença é CEO da Arator, consultoria especializada em projetos de sustentabilidade com inovação roberta@aratorsustentabilidade.com.br